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REVIEW - STAR WARS EPISÓDIO I:A AMEAÇA FANTASMA

  • Foto do escritor: Lucas Kadoshi
    Lucas Kadoshi
  • 12 de jan. de 2018
  • 8 min de leitura

Atualizado: 17 de abr. de 2020

É incrível como muitas vezes nos deparamos com algumas coisas que fizemos no passado, e que as vezes nem fazem tanto tempo assim, e sentimos um misto de estranheza com vergonha, mas, ironicamente, um pouco de orgulho, pela própria realização daquilo.


É exatamente a situação aqui posta. A menos de um ano eu decidi que venceria uma trava pessoal. Sempre senti um certo problema com meus textos, não me sentia seguro em mostra-los para outros. Sempre que relia, achava-os fracos, sentia que careciam de uma linguagem mais apurada e que faltavam detalhes aqui e acola. Bem da verdade, sempre fui um perfeccionista, entretanto, senti a necessidade de começar a romper com essa questão. Foi então que publiquei, naquele momento, esse pequeno Review, que, não vou mentir, ainda que em pouco tempo, já percebo uma nítida melhora nas minhas produções textuais, mas isso não tira o brilho desta em particular.


É então, que novamente, com muito orgulho, republico aqui embaixo o texto que antes estava originalmente em meu Facebook:


STAR WARS EPISÓDIO I – A AMEAÇA FANTASMA (THE PHANTOM MENACE, 1999)




O primeiro episódio de Star Wars cronologicamente falando, e o quarto em ordem de lançamento, é muito provavelmente o filme mais polêmico de toda a saga. Fica difícil falar dele, já que quem o viu no encaixe de toda a história passa a aprecia-lo a sua maneira. Sim, o filme sofre de defeitos nítidos, mas não é esse problema todo que falam por aí. Dito isso, vamos então a análise.



Qui-Gon Jin e Obiwan Kenobi (Respectivamente, Liam Neeson e Ewan Mcgregor)



O filme inicia de uma forma interessante, não falo do letreiro inicial, que tradicionalmente serve para dar um contexto aos filmes da saga, mas sim a cena posterior, a chegada dos dois embaixadores que na verdade são cavaleiros Jedi, Obi-Wan Kenobi um aprendiz Padawan, que por si só já instiga a atenção, dado que a última vez que o público o havia visto, ele era um “mestre ancião”, e seu Mestre Qui-Gon-Jinn, que quando descobertos, tem de fugir da base da Federação sobre Naboo. Há que se reconhecer que é uma excelente apresentação dos dois personagens, aliás toda essa cena merece um destaque e apesar de simples para alguns, tem seu valor merecido.


O ROTEIRO:


No entremeio desta cena inicial, somos também apresentados a um dos elementos de roteiro mais falhos do filme, a trama política. Sim, dá para compreender que toda ela serve para cimentar o que virá a ser a ascensão do Império no futuro, mas ela sofre de um “passing” fora do normal, e os personagens relacionados a ela mais parecem estar lendo seu texto num prompter a sua frente do que dando vida as falas. Aliás, toda a questão da Federação de Comércio, que no filme supostamente coordena todas as transferências comerciais pela galáxia e está conduzindo um embargo, com posterior invasão ao planeta Naboo, poderia ser substituída no filme por qualquer outra coisa. Mas, o trabalho de roteiro que também não contribui, não só optou por utiliza-la, como deu a ela um destaque desnecessário e exagerado. Penso que o filme poderia ter utilizado grande parte desses momentos (não todos) para focar nos vilões “reais” e quiçá até desenvolve-los de uma forma melhor, os quais falaremos posteriormente. Temos também, a reunião no Senado galáctico, que é uma cena visualmente bonita, mas novamente é fraca em trabalho de roteiro, ainda sim, consegue ser melhor que a já citada trama da Federação em Naboo.



Planeta Naboo durante invasão da Federação de Comércio



Vamos então falar do plot, o que move esta história, a invasão iminente da Federação de comércio, que quer impor a Rainha de Naboo a assinatura de um tratado, é um plot que sofre de execução. Sabe quando alguém pensa, fala ou planeja algo, que no plano ideal é muito interessante e legal, mas na hora de colocar em prática, a coisa planejada não vai para a frente ou é fraca aos olhos dos outros, é exatamente assim que o plot deste filme se comporta, no papel deveria até parecer promissor, e isso é fácil de se perceber quando se analisa o filme estruturalmente, em seu esqueleto, é sim divertido.


Mas, não é só de um plot que vive um filme. Se o esqueleto é o plot, o roteiro é a carne. Dependendo da situação, ele pode atenuar um plot fraco, ou acabar com um plot bom, e este é o caso. Saiba de antemão que o principal problema do filme está no roteiro, além claro, da insipiente direção de George Lucas que só contribui para piorar a situação, a questão dos mid-chlorians por exemplo, que foi completamente deixada de lado nos próximos filmes, demonstra isso da melhor forma. Entretanto, existem sim pontos bem desenvolvidos, o segundo ato em Tatooine, o terceiro ato da volta a Naboo, são exemplos, e é neles que o filme mais empolga, seja na corrida de Pods em Boonta Evee protagonizada por Anakin Skywalker, uma cena estonteante, ou a luta final com Darth Maul.


OS PERSONAGENS:

Darth Maul: “Enfim, nos revelaremos aos Jedi. Enfim, teremos nossa vingança.” 



Outro ponto que divide alguns, são os vilões do filme, sobre a Federação de comércio nada mais há de se acrescentar, falo então dos Sith, Darth Sidious e seu aprendiz Darth Maul, esses os “verdadeiros” vilões do filme, Palpatine, interpretado pelo ator britânico, Ian McDiarmid, ficou bem feito. Vemos aqui ele dando sua primeira cartada política, influenciando nos bastidores, o voto de desconfiança ao atual Chanceler Valorrum, e sendo posteriormente eleito como novo Chanceler. O outro, Maul, tem visual, estilo de luta e até seu sabre de luz (que se ativa em suas duas pontas) marcantes, mas , foi pouco desenvolvido pela trama, mal tem falas, as cenas em que aparece, tanto em Coruscant quando é mandado para Tatooine, ou na luta final, uma das mais bem coreografadas de toda a saga (aliás, esta é a razão, pela qual, Ray Park, que atuava como Dublê de lutas em Hollywood, foi contratado para fazer esse papel) são magnificas, mas o roteiro suprimiu e subestimou ele, e isso também é um ponto negativo deste filme.



Entre os personagens do lado bom, temos os já citados Jedi, Obiwan e Qui-Gon, sim a interação entre os dois é boa, muito por conta de Qui-Gon, já que Obiwan neste filme está apresentado de uma forma muito branda, não lembra nem de longe o Obiwan dos três episódios anteriores, nem sequer faz jus ao personagem que Ewan Mcgregor deu nas continuações. Sim existem algumas falas boas aqui e acola, dou destaque a cena em que ele conversando com seu Mestre sobre a recusa de treinar Anakin, fala-o a seguinte frase:

“Mestre, se tivesse obedecido o código, já estaria no conselho! “.

Entretanto, fica claro que, Qui-Gon interpretado pelo ótimo Liam Neeson, tem muito mais destaque do que seu aprendiz, aliás, ele é o melhor personagem deste filme, não só é tão bom, que se você olhar com atenção verá que se trata, de nada mais nada menos, que o personagem principal também. Ele carrega o filme inteiro em suas costas, e nos transmite a real sensação do que seria um Jedi em sua era de ouro, quando a Ordem ainda existia.


Temos então o mais polémico na época, que foi Jar J..., opa é melhor falar deste depois, pois isso com certeza merece um momento especial rsrsrs. Melhor falarmos de Anakin Skywalker e Padmé Amidala, interpretados respectivamente por Jake Lloyd e Natalie Portman. Os dois estão aqui por razões óbvias para a história, e infelizmente decepcionam, são fracos, e o problema está na atuação dos atores. Entre os dois o primeiro é o mais problemático, não porquê seja pior, mas porque este carrega o peso de um dos melhores vilões da cultura pop, a “sombra” de Darth Vader paira sobre este filme, e diminui mais ainda a sua já deficitária versão menor.



Jovem Anakin para Padmé: "Você é um anjo? […] Eu ouvi os pilotos interestelares falarem sobre eles. São as criaturas mais bonitas do universo."



Agora sim, a bomba de episódio um, NOSSO QUERIDISSIMO, Jar Jar, que supostamente deveria ser o alivio cómico do filme, mais protagoniza as cenas mais vergonha alheia do cinema. Sua comédia parece que foi escrita por uma criança de sete anos, na verdade, me engano, uma criança de sete anos faria trabalho melhor, além do mais ele é encaixado em momentos errados, por exemplo, o filme está explicando para você um conceito quando, de repente pá! Jar Jar Binks, uma cena linda debaixo do mar e pá! Jar Jar Binks, em várias cenas ele é colocado justamente no meio de algo importante (o pessoal da publicidade da Jequiti fez escola com o George Lucas, certeza!), e acaba atrapalhando o momento em geral.


O VISUAL:


Nos idos de 1997, que foi quando a produção se iniciou, houve um trabalho intenso com relação a escolha da identidade visual do filme. A aparência das naves, dos personagens, das roupas, e dos locais, são todos acertos do filme, nos lugares, por exemplo, seja nos de locação real, como a do palácio de Naboo, localizada na Itália (chamado de Palácio de Caserta), e as em Tatooine, feitas no deserto da Tunísia, ponto tradicional da saga, que fora utilizada também em Uma nova Esperança, ou as feitas em estúdio fechado ou em CGI, como a cidade Gungan debaixo do mar e suas estruturas em forma de bolha, as salas do Conselho Jedi e do Senado, e por ai vai, são todas agradáveis aos olhos.



Visual de Otoh Gunga



Já que citei os locais feitos em CGI, vamos falar dos efeitos especiais, em sua maioria aceitáveis. Alguns envelheceram mal, e, apesar da remasterização da versão mais atual que temos que é a de Blu-ray, alguns problemas ainda são nítidos, mas, os efeitos não deixam de ser bons e marcantes para a história do cinema. Sim, muitos criticam George Lucas, com a sua chamada “Revolução Digital”, e seu apreço em colocar de canto os efeitos práticos e gravar grande parte da nova trilogia (hoje segunda trilogia) em green e blue screen, mas isso não foi de todo péssimo (O boneco que era o Yoda, por exemplo, ficou tão fraco neste, que foi substituído pelo de CGI no remaster, adição esta que foi bem vinda), ainda mais na época em que o filme foi lançado, particularmente gosto da maioria. Existe também, um excelente trabalho com animatrónicos nos personagens da Federação, que impressionam pela fluidez dos movimentos faciais, os quais valem apena serem citados.


A TRILHA SONORA:


John Willians exerce um fascínio em qualquer um que tenha procurado escutar algumas de suas trilhas, aqui ele não deixa a peteca cair, e a trilha dá o tom do filme, aliás, Willians conseguiu dar uma marca sonora diferenciada para cada Star Wars, e ainda assim, amarra-los. Você consegue perceber que uma trilha é de Star Wars, e determinar de qual filme ela é. Dou destaque a três composições, a primeira é a mais famosa das três, a “Duel of the Fates”, relacionada a cena da batalha final e a trama da volta dos Sith, “Flag Parade” que toca no momento que antecede a corrida de Pods, e por último “Swimming To Otoh Gunga” presente no seguimento de chegada dos Jedi a cidade submersa dos Gungan.



NOTAS:


- HISTÓRIA/ROTEIRO: 6,5/10,0

- PERSONAGENS/ATUAÇÃO: 6,0/10,0 - EFEITOS ESPECIAIS/ IDENTIDADE VISUAL/ FOTOGRAFIA: 9,0/10,0 - TRILHA SONORA: 10,0/10,0 - DIREÇÃO: 5,5/10,0 - NOTA GERAL/ MÉDIA: 7,5



+ DISCLAIMER: Falando por opinião própria, apesar dos vários erros e problemas, eu ainda tenho paixão por "Ameaça Fantasma". O público o julga da maneira errada, a verdade é que todo o “hate”, prejudica a imagem do filme. Quando paro para pensar, tem muito filme por ai, que a crítica ama, o público adora, mas eu particularmente não tenho tanto apreço quanto tenho por Episódio I. Então vá lá e assista, e não tenha medo de gostar deste filme, que pode não ser o melhor da saga, mas ainda é um Star Wars!!!!


MATERIAL EXTRA:


Making-Of The Beginning of Episode I:


The Music of Star Wars Episode I - John Williams:


Por fim, que a força esteja com você. Nos vemos no próximo review!





 
 
 

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PLAYLIST:

Para Refletir:

"Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento;

Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro mais fino.
Mais preciosa é do que os rubis, e tudo o que mais possas desejar não se pode comparar a ela.


Vida longa de dias está na sua mão direita; e na esquerda, riquezas e honra.


Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas de paz.


É árvore de vida para os que dela tomam, e são bem-aventurados todos os que a retêm."


Provérbios 3:13-18

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